terça-feira, junho 28, 2011

Cultura ou barbárie?



Sanjoaninas, 2011

quinta-feira, junho 23, 2011

Eduardo Galeano

domingo, junho 05, 2011

Associativismo, Participação e Consciência Ambiental

quinta-feira, junho 02, 2011



Tourada na Pedreira - Nordeste

Está programada uma tourada à corda para o próximo dia 5 de Junho, na Pedreira, concelho de Nordeste


Escreva à Câmara Municipal de Nordeste a lamentar a ocorrência
deste espectáculo nesta freguesia e a solicitar o seu cancelamento. Pode usar o texto abaixo ou personalizá-lo a seu gosto.



Para: geral@cmnordeste.pt, presidente@cmnordeste.pt
c/c: acoresmelhores@gmail.com



Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Nordeste,


Tomei conhecimento de que se irá realizar na Freguesia de Pedreira uma tourada à corda e venho por este meio manifestar o meu total repúdio por tal acontecimento!

Bem sei que quem o faz e permite normalmente fá-lo por motivos lúdicos e que neles encontra justificação, como a tradição e divertimento. Não há tradição ou divertimento que justifiquem o sofrimento e maus tratos a um animal, seja uma tourada, circo, jardim zoológico ou qualquer outro ambiente.

Sabendo-se que a mesma irá realizar-se no próximo dia 5 de Junho, em dia de eleições nacionais, vimos para além de manifestar o nosso desapontamento, pelo facto da tourada conspurcar as tradicionais festas do Divino Espírito Santo, e solicitar o seu cancelamento pois em dia de eleições nem actividades desportivas são autorizadas.

Com os melhores cumprimentos,

Nome
Morada

quarta-feira, junho 01, 2011


Abstenção

1 - Eleitoral
Ciclicamente, os líderes partidários vêm a público lamentar o facto de um número crescente de eleitores não se dignar ir às urnas nos mais diversos actos eleitorais.
Muitas são as causas responsáveis pelos números da abstenção, desde a desculpa, sempre presente, da desactualização dos cadernos eleitorais, passando pelo desinteresse, pela resignação ou pela falta de cultura cívica.
É claro que para os políticos, nunca está em causa a sua credibilidade bem como a das instituições onde estão inseridos, daí que não haja qualquer esforço para procurar novas soluções para o exercício da cidadania.
Que motivação tem um eleitor dos Açores para votar no próximo dia 5 de Junho quando a maioria dos deputados que esteve na Assembleia da República ou não teve um desempenho assinalável ou não soube ou não quis transmitir o que andou a fazer?
Que motivação tem um eleitor de Portugal para votar quando sabe que o grosso das políticas que serão implementadas, a seguir às eleições, já está definido por entidades exteriores ao país?
Que motivação tenho para dirigir-me à mesa de voto quando sei que, vença o partido que vencer, quem ganhará são as clientelas partidárias que tudo farão para manter o cidadão “empanturrado, comprador, depredador de si mesmo, estúpido, com a obsessão do dinheiro e da acumulação de objectos desnecessários: um mentiroso que mente a si mesmo” (Guy Debord)?
A propósito de mentiras, que raio de país é este que continua a votar massivamente em políticos que apresentam todos os tiques associados aos mentirosos compulsivos?

2 - Social
Estaria quase tudo bem se a abstenção se limitasse ao acto de colocar o boletim de voto nas urnas, sabendo-se que as eleições ocorrem espaçadamente no tempo. O mais grave, pelo menos segundo o meu ponto de vista, é a participação social, isto é a que se deveria fazer diariamente, no acompanhamento dos filhos que frequentam as escolas, nas associações ambientais ou outras, nas cooperativas, nos sindicatos, nas paróquias, nos clubes desportivos e culturais, etc., etc.
Se é verdade que existe falta de cultura cívica, isto é, não há uma predisposição das pessoas para o envolvimento nas questões de interesse comum, não é menos verdade que muitas das organizações possuem estruturas centralizadas, possuem líderes que, aproveitando-se do vazio à sua volta, tornaram-se autoritários, para não dizer totalitários, e perseguem objectivos para além dos que estão bem explícitos nos seus estatutos.
Ao longo da minha vida fui activista sindical, fui dirigente cooperativo e militante pela causa ambiental, não me considerando ambientalista. Nas diversas organizações onde estive inserido, tive a oportunidade de contactar com um pouco de tudo, desde pessoas que se dedicavam de alma e coração às causas, que a única recompensa que tiraram foi a satisfação com o dever cumprido, passando por alpinistas sociais que usavam as associações para adquirirem currículo e visibilidade com vista à ocupação de cargos no aparelho de estado ou nas empresas e associações estatais, até aos fundamentalistas ambientais que eram ferozes opositores a toda a medida que partia de determinado governo ou autarquia, desde que o mesmo ou a mesma não fosse do partido político da sua predilecção. Alguns destes últimos, encontram-se bem instalados a comer à mesa do orçamento regional.
Para terminar, uma breve nota sobre o movimento sindical. Embora não tenha dados para todas as actividades profissionais, tenho a sensação de que os sindicatos estão a perder associados e já não têm o dinamismo que tiveram outrora. Hoje, muitos sindicatos (a maioria?) são instrumentos de manobra e de pressão das mais diversas forças partidárias e os seus dirigentes perpetuam-se nos cargos, impedindo a necessária renovação.
Talvez seja por isso que alguns colegas de profissão, mesmo os sindicalizados, nas suas conversas colocam os sindicatos ao mesmo nível (distância) da tutela da educação ou, pior, por vezes têm dúvidas acerca do nome do sindicato em que estão filiados.

1 de Junho de 2011

Autor: Teófilo Braga

Fonte: Correio dos Açores