quinta-feira, dezembro 31, 2009

A Palestina Sofre

Comunicado de imprensa da PAGAN

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PAGAN - Plataforma Anti-guerra, Anti-NATO

Comunicado de imprensa – Um ano depois da acção criminosa de Israel sobre Gaza

Um ano depois da acção criminosa de Israel sobre Gaza

COMUNICADO

No dia 27 de Dezembro cumpre-se um ano sobre a invasão de Gaza por Israel. Apesar de os palestinianos não possuirem forças armadas, Israel utilizou todo o seu poder de fogo para arrasar as infraestruturas civis de Gaza: redes de distribuição de água, electricidade e saneamento, vias de comunicação, escolas, creches, hospitais, muitos milhares de residências e centenas de prédios públicos.

De finais de Dezembro de 2008 a princípios de Janeiro de 2009, a população de Gaza, uma das áreas de maior densidade populacional do mundo, sofreu um dos maiores ataques militares desde o fim da 2ª Guerra Mundial. Para além dos ataques militares, Israel bloqueou a entrada de ajuda humanitária neste território.

A actuação de Israel é um crime de genocídio, prolongado diariamente em toda a Palestina não ocupada, com acções como a expropriação de terras e recursos, destruição de casas, bloqueios à circulação, entre outros.

Este e outros crimes contra o povo palestiniano têm a conivência do presidente dos EUA, país que subsidia Israel com uma média de $3000 milhões todos os anos, e da UE, que lhe dá o apoio político, económico a até militar (foi a França que ajudou Israel na constiuição de um arsenal nuclear, não assumido, de 150 bombas), a mesma UE que, hipocritamente, fornece apoio financeiro para a reconstrução e sobrevivência do povo palestiniano.

O governo português, através da empresa pública EPAL, celebrou com a empresa israelita Mekorot – especializada na rapina do acesso à água dos palestinianos – um acordo que visa elaborar um plano de protecção do sistema de abastecimento de águas da EPAL face a tentativas terroristas. Isto provém da mesma EPAL que diariamente perde parte substancial da água que circula em condutas rotas e sem reparação.

A NATO, peça fulcral do dispositivo militar estratégico ocidental e principal causador de guerra no mundo, tem em Israel um aliado incondicional, um suporte agressivo e incentivador das acções de guerra no Médio Oriente e no Índico que já estão em curso – Afeganistão, Iraque, Paquistão, Somália – e que se poderá estender também ao Irão.

A PAGAN – Plataforma Anti-Guerra e Anti-NATO, envolvida na rede de organizações de 17 países que desenvolve a campanha «No to War, no to NATO», estará presente na concentração de dia 27 de Dezembro junto à embaixada de Israel para recordar à opinião pública portuguesa e mundial o papel que os EUA e os países da UE, incluindo o governo português, na ajuda diplomática, económica e militar que têm dado às acções criminosas do Estado de Israel e de suas forças militares e policiais.

A PAGAN reafirma a sua determinação na defesa do direito do povo da Palestina a viver em paz e segurança, na sua terra, tal como o desejam os restantes povos da região.

Não basta porém declarar a solidariedade com o povo palestiniano oprimido:

é necessário reforçar a campanha pública de denúncia das políticas militaristas e xenófobas que comandam Israel;
é necessário exigir a libertação imediata dos milhares de presos políticos palestinianos aprisionados em Israel;
é necessário o boicote ao Estado de Israel, nos planos comercial, cultural, político e diplomático, com participação de toda a sociedade civil, das associações, dos sindicatos, de colectivos diversos e de todas as organizações políticas internacionalistas,
para que os direitos individuais e colectivos dos palestinianos sejam respeitados.

Lisboa, 22 de Dezembro 2009


http://antinatoportugal.wordpress.com/2009/12/22/comunicado-de-imprensa-um-ano-depois-da-accao-criminosa-de-israel-sobre-gaza/

domingo, dezembro 20, 2009

Feliz Natal Capitalista

sexta-feira, outubro 30, 2009

E O POVO PÁ?

sábado, outubro 10, 2009

Ruim por Ruim...Vota em Mim (Galo de Barcelos contra o eleitoralismo dos caciques autárquicos)




Sobre a vitória da abstenção


Numa época como a nossa o que separa as águas entre os que partilham a defesa do Sistema dos que querem a sua derrocada é a forma como se olha para o Estado e para a representação política. Vem isto a propósito da análise que pode ser feita sobre as recentes eleições que geraram toda uma verborreia omnipresente sobre vitórias e derrotas, sobre o crescimento da direita e da esquerda, sobre arranjos políticos e por aí fora. O que os profissionais políticos e os analistas, não menos profissionais, evitam referir é o facto mais evidente: a crescente perda de legitimidade dos donos do Poder, ante uma abstenção próxima dos 40%, superior à obtida pelo partido mais votado.

O crescimento da abstenção é tanto mais relevante quanto aparentemente o espectro eleitoral se abre, muito pluralisticamente, da extrema-direita à extrema-esquerda, com uma variedade de discursos e cores capaz de satisfazer todos os gostos. Soma-se a isso a propaganda insidiosa dos meios de uniformização da massas, bem como todas as autoridades político-religiosas, a apelar ao voto, tentando convencer o povo que estão nas suas mãos os destinos do país. Contra tudo isto levantou-se o muro da indiferença de quase quatro milhões de portugueses que se recusaram a votar e ao se recusar estão explicitamente a expor a sua desconfiança ante todas as formações e discursos políticos que disputam as eleições.

Esta evidência incomoda todos os que partilham crenças comuns sobre a democracia representativa e sobre o papel dos cidadãos domesticados que têm de se integrar em algum rebanho, mesmo que seja no das ovelhas ranhosas. Até os mais conservadores preferem um voto na extrema-esquerda à abstenção. Sendo a abstenção a grande ameaça à legitimidade dos donos do Poder há necessidade de desacreditar o comportamento abstencionista identificando-o com passividade, comodismo, irresponsabilidade, inconsciência e por aí fora usando todos os adjectivos depreciativos que se possam encontrar nos dicionários.

No entanto, a realidade não parece ser essa, resistir ao discurso da máquina de propaganda, manter uma postura contra-a-corrente não é um indicador de comodismo e indiferença. Mas não se espere, isso é óbvio, que o partido abstencionista possa ser visto com excesso de optimismo só lhe reconhecendo virtudes e atribuindo-lhe uma consciência contestatária que estaria ausente em todos os partidos da Situação. Não me parece ser assim. Na abstenção, como no voto, convergem diferentes razões, ideias e vontades, mas certamente que se poderão descobrir no acto abstencionista um potencial crítico e uma descrença no Sistema que dificilmente se encontrarão no acto do voto com todas as ilusões que lhe estão associadas sobre o papel das eleições na mudança social. Até porque o mero acto de votar significa desde logo reconhecer os mecanismos legitimadores dos donos do Poder.

Se uma coisa é possível concluir da história é que é nas ruas que se pode decidir o futuro das sociedades contra a vontade dos gestores políticos da Ordem. Até porque o Poder político não é determinado pelo voto mas pelos interesses dominantes numa dada sociedade. As políticas nacionais dependem cada vez menos dos deputados de São Bento e cada vez mais da vontade dos grupos que decidem os destinos dos povos e esses não se submetem ao voto popular mas actuam na sombra, seja em Portugal, seja em Bruxelas, seja em Washinghton.

Num momento em que os partidos políticos e as elites no poder desde o 25 de Abril estão a atingir o seu ponto mais baixo na credibilidade dos cidadãos, devido à sua patente natureza corrupta e mafiosa, não nos cabe a nós sermos defensores da lógica política-eleitoral e repudiar o abstencionismo eleitoral, ao lado das direcções partidárias, órgãos de poder e comissões eleitorais.

Na tradição libertária do uso da desobediência e do boicote como armas sociais, e de acordo com a nossa visão sobre o Estado e o poder, a única postura aceitável e consequente é a da abstenção eleitoral. Mais que em qualquer outra época, é na crítica do Estado, das elites políticas, e deste falso sistema democrático em que se decide a facção que se vai locupletar com a riqueza social que os anti-capitalistas mais razões têm para defender a abstenção, mesmo que a abstenção eleitoral não esgote a recusa do Sistema, nem seja um momento decisivo da luta social, não deixa de ser um indicador fundamental das ilusões (ou das desilusões) dos cidadãos em relação aos grupos dominantes. Por tudo isso a opção só pode ser recusar a colaboração com os donos do Poder nos seus rituais periódicos de legitimação.

Quanto ao que se costuma chamar de «participação política», no melhor estilo da linguagem insípida dominante, que é a ritual participação através do voto em eleições, melhor seria que se referisse à necessidade do envolvimento das pessoas, principalmente dos grupos dominados e excluídos, na luta social que foi, e continua a ser, o único meio dos de baixo forçarem as mudanças sociais como a história nos tem ensinado ao longo dos séculos. A renovação, teórica e prática, do pensamento anti-capitalista, não se dá pela sua adaptação ao discurso, e interesses, dos donos do Poder mas à defesa intransigente das ruas e da luta social como meio de combate às classes e elites dominantes e a defesa da ideia de que é possível outro tipo de sociedade baseada no auto-governo das comunidades.

Para nós, em síntese, o actual sistema democrático-capitalista, baseado na desigualdade económica, social e política, só pode continuar a merecer a crítica radical e uma boa dose de asco. A ida às urnas só se justificaria se fosse para vomitar dentro.




Texto de Manuel de Sousa, in

http://www.jornalmudardevida.net/?p=1761

terça-feira, outubro 06, 2009

Petição Pela abertura das Lagoas Empadadas, Lagoa do Canário e Pinhal da Paz ao Fim de Semana

Quem nunca chegou num dia de fim de semana durante o Outono ou Inverno às Lagoas Empadadas, Lagoa do Canário ou Pinhal da Paz e se deparou com a porta fechada?

Foi por este lugar comum que, há algum tempo, no seio de um grupo de associados participantes nas actividades de natureza dos Amigos dos Açores surgiu a ideia da petição que agora se apresenta.

Apesar do clima ameno e agradável, após duas semanas do inicio do Outono, as zonas de lazer estão já a encerrar, passando a funcionar apenas à semana e em horário laboral, isto é, quando a generalidade dos seus possíveis utentes, que contribuem com os seus impostos para o funcionamento destes espaços, estão a trabalhar.

Se, como nós, entender que esta situação não é justa e que todos merecemos melhor serviço publico na gestão das referidas matas e florestas de recreio, assine a petição em http://www.peticao.com.pt/abertura-matas-e-florestas

Petição Pela abertura das Lagoas Empadadas, Lagoa do Canário e Pinhal da Paz ao Fim de Semana

Sua Excelência Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada
Sua Excelência Secretário Regional da Agricultura e Florestas

Considerando que as florestas e matas de recreio são áreas lúdicas que proporcionam aos seus utentes momentos de descontracção e de lazer em contacto com a biodiversidade, fomentando a sua qualidade de vida e o seu bem-estar;

Considerando que as florestas e matas de recreio, pela sua riqueza em água e biodiversidade, possibilitam condições propícias à educação ambiental em convívio inter-geracional;

Considerando que a visitação das florestas e matas de recreio constitui um serviço público praticado pelas suas entidades gestoras e que é suportado por todos contribuintes;

Considerando que a ilha de São Miguel possui uma imensurável valia ao nível de florestas e matas de recreio e que estes recursos ambientais devem estar disponíveis à população e visitantes para aproveitamento dos seus tempos livres;

Os signatários da presente petição solicitam a Sua Excelência Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, entidade responsável pela Mata de Recreio da Lagoa do Canário e pela Mata de Recreio das Lagoas Empadadas, e a Sua Excelência Secretário Regional da Agricultura e Florestas, entidade responsável pela gestão das Reserva Florestal de Recreio do Pinhal da Paz, a abertura dos espaços referidos durante os fins de semana durante o Outono e Inverno, com horários que tornem possível o seu usufruto por parte dos cidadãos.

Os Peticionários

sábado, outubro 03, 2009



PLATAFORMA ANTI-GUERRA, ANTI-NATO (PAGAN)


Constituída a 30 de Setembro de 2009, a Plataforma Anti-Guerra, Anti-Nato (PAGAN) é um movimento anti-militarista português integrado na campanha internacional «No to War, No to NATO».
Motivada pela circunstância de a próxima cimeira da NATO se realizar em Portugal em finais de 2010, a PAGAN foi criada com o propósito de manifestar pública e pacificamente o desagrado dos cidadãos portugueses com as políticas belicistas da NATO.
A PAGAN pretende também ser um veículo de informação sobre as alternativas anti-militaristas de que todos os cidadãos dispõem de forma a não compactuar com os interesses bélicos da NATO.
Este é um movimento aberto a todos aqueles que pretendam afirmar o seu repúdio pela guerra e pelas instituições que a representam e patrocinam.

http://antinatoportugal.wordpress.com/

domingo, setembro 20, 2009

E que tal mandá-lo às Urtigas?

quinta-feira, setembro 17, 2009

OS HOMENS QUE ASSUSTARAM SÓCRATES

quinta-feira, setembro 10, 2009

MENTIROSO(S)

Quem publicita o evento?




Resposta da Câmara Municipal de Ponta Delgada

Encarrega-me a senhora Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada, Dra. Berta Cabral, de informar V. Exas. que esta Câmara Municipal e a Junta de Freguesia de Fenais da Luz não têm qualquer responsabilidade na organização do evento, nem foi emitida licença camarária para o efeito.

Melhores cumprimentos

O Secretariado de Apoio à Presidência

quinta-feira, agosto 20, 2009

Tourada na Caloura impingida pela Câmara Municipal da Lagoa

terça-feira, agosto 18, 2009

Sócrates sempre em boas companhias

terça-feira, agosto 11, 2009

Isto é arte, cultura ou barbárie?


segunda-feira, agosto 10, 2009



OLHE QUE DOIS!

domingo, agosto 02, 2009

Nos 80 anos do Nascimento de Zeca Afonso

domingo, julho 12, 2009


Contribua para que São Miguel seja uma ilha anti-touradas!

Se é defensor dos direitos dos animais e se é contra o uso indevido de animais nos divertimentos populares como as touradas, zele pelo que o seu município seja livre de touradas.

Não compactue com este espectáculo que não tem qualquer tradição na ilha de São Miguel.

Para tal, se pretende que o seu município seja livre destas actividades que não têm qualquer tradição local, envie a mensagem sugerida abaixo (ou uma mensagem sua, se preferir) com destino à/ao Presidente da Câmara Municipal da sua área de residência, utilizando os contactos abaixo referidos:

Sua Excelência Presidente da Câmara Municipal:

Peço a V. Ex.ª que tome uma posição exemplar e pioneira de condenação e rejeição oficiais das touradas e da crueldade animal que estes espectáculos implicam, colocando o nosso Município na linha da frente dos Municípios mundiais que têm como princípio institucional promover o respeito pelos animais e não admitir actos de violência contra estes.

Poderia ser assim, o nosso Município o primeiro dos Açores a ser declarado Anti-Touradas, estabelecendo um exemplo que será certamente louvado e apreciado pelos seus habitantes, pela população de outros concelhos da Região, e, certamente, pela maioria da população portuguesa.

Os Açores necessitam, urgentemente, de dar passos positivos e sólidos na protecção dos animais e peço a V. Ex.ª que faça com que seja o nosso Município a dar o primeiro passo, que definirá uma nova era mais ética para com os animais nos Açores e em Portugal, através da declaração oficial de "Município Livre de Touradas", tendo como base a oficialização municipal de um compromisso público e permanente de não-autorização de touradas.
Esta medida promoveria o nosso Município internacionalmente como uma cidade institucionalmente comprometida com a protecção dos animais, o que certamente lhe traria grandes benefícios promocionais e económicos, uma vez que só que a identificação deste com turismo de natureza deve passar também pela defesa do direito dos animais.
Agradecendo antecipadamente a atenção de V. Ex.ª e ficando na expectativa de uma resposta,

Com os meus respeitosos cumprimentos,

Nome:
Número de BI:

Morada:

E-mail:


Contactos

Câmara Municipal de Ponta Delgada bertacabral@mpdelgada.pt
Câmara Municipal da Lagoa gabpres-cml@mail.telepac.pt
Câmara Municipal da Ribeira Grande ricardosilva@cm-ribeiragrande.pt

Câmara Municipal de Vila Franca do Campo pres@cmvfc.pt
Câmara Municipal da Povoação presidente@cm-povoacao.pt
Câmara Municipal do Nordeste presidente@cmnordeste.pt


sexta-feira, julho 10, 2009

PSTSM- Partido Socialista Tauromáquico de São Miguel

Depois de Ricardo Silva /Câmara Municipal da Ribeira Grande e de João Ponte da Camara Municipal da Lagoa é a vez de André Viveiros, presidente da Junta de Freguesia das Capelas, não por acaso também do Partido Socialista que irá promover em breve, com dinheiros públicos, uma tourada à corda na ilha de São Miguel.

É caso para dizer que se tivessemos uma população evoluída este grupo vergonhoso de autarcas seria varrido dos seus cargos muito em breve.

A ver vamos.

domingo, julho 05, 2009

O PS TAUROMÁQUICO

quarta-feira, julho 01, 2009



Petição "Ribeira Grande: Cidade anti-tourada e anti-espectáculos com animais"


"A grandeza de um povo, vê-se pela forma como trata os seus animais"
Mahatma Gandhi

“A defesa dos direitos dos animais não é compatível com a realização de espectáculos de tortura, que provocam sofrimento injustificado”
Defensor Moura, Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo

Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. A exibição dos animais e os espectáculos que utilizem animais são incompatíveis com a dignidade do animal.
Artigo 10º, Declaração Universal dos Direitos dos Animais


Ex.mo Senhor Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande
Ex.mo Senhor Presidente da Assembleia Municipal da Ribeira Grande

Pedimos a Vossas Excelências que tornem a Ribeira Grande uma cidade pioneira, na Região, na condenação e rejeição do sofrimento gratuito imposto aos animais em touradas e espectáculos.

Seguindo o exemplo de outras cidades de Portugal, iniciado pelo socialista Defensor Moura, autarca de Viana do Castelo, a Ribeira Grande ao tornar-se a primeira cidade açoriana a promover o respeito pelos Animais e condenar a violência gratuita contra os mesmos, estabelecerá um exemplo para a Região e País, que será certamente louvado e acarinhado pela população local, regional, nacional e internacional.

A Ribeira Grande, ao declarar-se oficialmente uma cidade anti-tourada e anti-espectáculos com animais estará grandiosamente a contribuir para que se ponha em prática a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, tantas vezes violada.
Uma cidade livre de sofrimento injustificado, respeitadora dos animais, sem violência gratuita, é sem dúvida uma cidade mais saudável.

Deste modo, pedimos a Vossas Excelências que tornem a Ribeira Grande uma cidade digna, adquirindo o estatuto de anti-tourada e anti-espectáculos com animais.
Uma cidade digna que não promova a crueldade, a violência, livre de sofrimento sem violações à Declaração Universal dos Direitos dos Animais.
Um cidade digna que respeita os animais e condena os actos de violência contra os mesmos, empenhada no progresso civilizacional.

http://www.peticao.com.pt/direitos-animais-ribeira-grande

terça-feira, junho 30, 2009


DO PSD NINGUÉM LEVA A MAL

A blogosfera dos Açores entrou em colapso político-indignado quando foram eleitos para a Direcção do Núcleo de S. Miguel da Quercus um independente, um deputado municipal e militante do PS e um independente deputado regional pelo PS. Chamaram-lhes tudo e encontraram um documento interno, uma deliberação da Comissão Arbitral, onde se dizia que "É considerado incompatível o exercício de funções dos titulares de todos os órgãos estatutários da Quercus, incluindo suplentes, bem como as dos integrantes do Conselho de Representantes e as dos dirigentes, incluindo suplentes, dos Núcleos Regionais, com o exercício de cargos que, nomeadamente se referem ou dos que possam ser considerados equiparados:

a) de representação político-partidária;
b) de nomeação política;
c) de direcção ou chefia, ou equiparados, da Administração Pública;
d) de administração ou gestão de empresas públicas;
...".
Os visados cederam, não assumiram os cargos e a Quercus ficou sem direcção. Até que apareceram outros, de seus nomes Paulo Nascimento Cabral, Mário Belo Maciel e Pedro Garcêz Cabral. O primeiro é militante do PSD e membro do Conselho Regional do PSD/Açores; o segundo é militante do PSD e ex-deputado, ex-dirigente; o terceiro é arquitecto funcionário da Câmara Municipal de Ponta Delgada, militante do PSD e membro do Conselho Regional do PSD/Açores.
Que disse a imprensa? Quem disse a blogosfera? Que disse a Quercus? São estes senhores sócios da Quercus há quanto tempo? Que credenciais têm no âmbito da defesa do Ambiente na Região? Estão ou não abrangidos pela deliberação acima referenciada? É ou não contestável a sua eleição? Estamos ou não perante um take-over total do PSD à Quercus?

Fonte: http://mataramatuna.blogspot.com/2009/06/do-psd-ninguem-leva-mal.html

NOTA- O bode estranha nunca ter ouvido falar na maioria destes nomes nas suas andanças em defesa do ambiente e gostaria de saber há quanto tempo são membros da Quercus. É que parece não ser caso único, na Quercus, serem eleitos dirigentes sem serem associados na véspera da sua eleição.

terça-feira, junho 23, 2009

PELA CULTURA

Por iniciativa do blogue SOS- Costa Norte, foram lançadas duas petições, que transcrevo abaixo:

PETIÇÕES


Destinatário: Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, Sr. Presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande

Petição "NÃO à Tourada na Ribeira Grande"

Foi recentemente divulgado o programa das festas da cidade da Ribeira Grande na ilha de S. Miguel. No programa consta a realização de uma Tourada no dia 27 de Junho. Sendo a tourada um evento criticado por promover a tortura de animais e não tendo qualquer tradição na ilha de S. Miguel, contestamos a realização da mesma e exigimos que apesar de estar programada seja cancelada.


Numa Europa em que se defende cada vez mais os direitos dos animais, consideramos que a intenção de realizar este evento por parte da organização das festas da cidade e da Camara Municipal da Ribeira grande em nada contribui para dignificar os cidadãos deste Concelho. Pelo contrário, serão interpretados como um povo decadente e bárbaro! O Sr. Presidente Ricardo Silva como responsavel máximo por esta autarquia, deverá, num acto de compreensão para com os animais envolvidos, proceder ao cancelamento do evento.



http://www.peticao.com.pt/nao-tourada-ribeira-grande



Destinatário: Exmo. Sr. Presidente da República, Exmo. Sr. Presidente do Governo Regional dos Açores, Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República, Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores

Touradas Onde Não São Tradição, Não!

Por todo o mundo e nomeadamente na Europa tem crescido o número de pessoas com preocupações com o bem-estar animal, de tal modo que a própria União Europeia já aprovou um conjunto de medidas com vista à sua implementação nos vários estados membros.

Não tendo qualquer tradição fora das ilhas Terceira, e eventualmente, Graciosa e São Jorge, as touradas à corda têm vindo a realizar-se na ilha de São Miguel, com o patrocínio quer de entidades públicas, quer a elas associadas ou apoiadas financeiramente.

Hoje, a tentativa desesperada de introduzir touradas em São Miguel tem como objectivo garantir a sobrevivência de uma indústria que necessita de crescer, e que só sobrevive graças a apoios governamentais e autárquicos, e fazer com que aquelas passem a realizar-se regularmente e se transformem em tradição para que venham a ser legalizadas, no futuro, as corridas picadas e os touros de morte.

Considerando que a riqueza dos Açores está na diversidade da cultura das suas ilhas, não fazendo qualquer sentido touradas em São Miguel como Cavalhadas de São Pedro na Terceira ou donas amélias no Corvo, vimos exigir para que:

1- Não sejam promovidas nem apoiadas, com recurso a dinheiros públicos, quaisquer touradas nos Açores:

2- Seja aprovada legislação que proíba a realização de touradas em ilhas onde as mesmas não são tradição.



http://www.peticao.com.pt/touradas-nao

quinta-feira, junho 18, 2009

Cavalhadas Rima com Touradas?




Lamentável, mas as Cavalhadas de São Pedro de 2009, de acordo com o douto parecer da Câmara da Ribeira Grande, precisam de touradas a servir de chamariz.

Não há uma cabeça pensante naquela autarquia do norte da ilha de São Miguel?

quinta-feira, junho 11, 2009


Democracia liberal X a Democracia social

A democracia social prevê a participação popular, quando o sujeito social coletivo e organizado toma para si as decisões fundamentais de uma parcela da sociedade.


Tal como a maioria dos cientistas políticos, entendo que não há uma teoria unitária de democracia e que a mesma está em disputa. Também compreendo como válida a afirmação de que a vida em sociedade através do exercício de liberdade de expressão, de reunião, de organização e de manifestação é pré-requisito básico para uma sociedade democrática.

Embora sejam essenciais, esses direitos não são fins em si mesmos. E a garantia da estabilidade desses direitos não pode existir excluindo a dimensão social, distributiva, jurídica e econômica da “democracia” representativa em que vivemos. Assim, não compreendo como “democrática” uma sociedade plena de direitos, mas onde as maiorias não influem de forma direta sobre e a respeito das decisões fundamentais.

É necessário debater qual o conceito de democracia estamos adotando? Isso transparece na disputa por definições de democracia e que tipo de partido político seria adequado para um regime de alternância de poder, mas sendo que este poder se constrói desde abaixo. Abordando este tema através dos partidos políticos como unidade de análise, nos encontramos com um debate de fundo.

O mesmo trata das regras e condutas dos agentes políticos e os limites dessa competição. Isto é, os limites da própria democracia que coexiste com o oligopólio, como classe de mercado fundamental para o capitalismo.

Embora haja dezenas de definições de democracia e de partido político, as duas categorias existem dentro de um marco divisório: por um lado, a democracia liberal e, por outro, a democracia social. Dentro dessas definições ampliadas, os dois grandes conceitos de democracia trazem em si o seguinte consenso: soberania popular; direitos humanos; igualdade de oportunidades; livre expressão.

Voltando às grandes definições de democracia, faço acordo com esta definição generalizável de democracia e vejo que no avanço da democracia liberal, pois à medida que os pressupostos neoliberais avançam, a soberania popular perde espaço para os agentes que operam na lógica de mercado, vem sendo retirado conteúdo dos regimes democráticos.

Se, de um lado, se perde a capacidade de regulação social, de outro, o regime fica politicamente estável, ao menos no que diz respeito aos ritos e procedimentos. Para suprir o vazio, outras formas de expressão política vêm ganhando terreno. Assim, há mais setores a serem organizados e representados e uma perda substancial de direitos reais, embora tenham existência formal. Infelizmente, até aí não há nenhuma novidade.

Tanto no âmbito mais acadêmico como nos setores mais militantes, há uma extensa bibliografia abordando o tema dos movimentos populares, dos “novos movimentos” e da relação destes com os partidos políticos. Ao mesmo tempo, há um aumento de ideologias e atitudes “participativas” que levam as pessoas a se servirem cada vez mais do repertório de direitos democráticos existentes, mesmo dentro de sociedades excludentes, como as latino-americanas.

Esta característica agrava o distanciamento entre os partidos legalmente constituídos, operando dentro do jogo eleitoral e a partir dos procedimentos formais e evitando o conflito para o aumento desses mesmos direitos. Ou seja, cada vez mais os partidos liberais (eleitorais) representam menos a alguém e atuam mais em defesa de interesses próprios. Isso cria um hiato de representação formal, abrindo margem para uma crítica da democracia de mercado a partir do próprio ponto de vista democrático, no caso, da democracia social.

Assim, o uso crescente de novas formas de participação política (ainda não formalizadas) e as exigências e os conflitos políticos de temas que conseguem se politizar colocam contra a parede os discursos vazios de conteúdo da democracia liberal. Isso se dá porque, fruto da correlação de forças, há a capacidade de um setor da sociedade, sujeito social organizado –– através de um(s) agente(s) dotado(s) deste propósito – ou fração de classe, conseguir tornar politicamente aceitáveis temas que em uma etapa anterior eram vistos como de ordem moral, privada ou confessional.

Tal é o caso, dentre vários, dos direitos reprodutivos (questão do aborto), do assédio moral (humanização do trabalho) e das causas vinculadas direta ou indiretamente à ecologia. Esta última grande bandeira já se torna transversal, passando por demandas ambientalistas, preservacionistas, indigenistas, camponesas, dentre outras.

É nesse cenário de quebra do monopólio da representação, fazendo a crítica da intermediação profissional e sendo obrigado a operar num terreno de identidades fragmentadas e multiplicadas, que reside a necessidade de construir formas organizativas políticas para atuar no projeto da democracia social (participativa, radical, substantiva e deliberativa).

Entendo como urgente a definição teórica de um modelo de organização política que esteja subordinada aos interesses daqueles setores que se pretende organizar. Isto é, uma estrutura política que aposte sua acumulação de força na capacidade de mobilização popular, forçando o Estado a atender às suas demandas justas, legítimas e históricas e, por conseqüência, atuando sempre por fora dos acordos oligárquicos.

10 de junho de 2009, do Rio Grande outrora altaneiro, Bruno Lima Rocha

Fonte: Estratégia e Análise

domingo, junho 07, 2009


PARTIDO PELOS ANIMAIS

O Bode não vai à bola com partidos, por isso hoje, por acreditar no pai natal e não acreditar nas eleições, não vai votar. Contudo, por ser novidade divulga a iniciativa que pretende constituir um novo partido, o PPA.

1. O Partido pelos Animais vai ser um partido monotemático (dedicado apenas aos direitos dos animais)?

De modo algum, conforme se pode constatar pela leitura do nosso Manifesto. Nós somos a favor da defesa da natureza, do meio ambiente e de todas as formas de vida, o que inclui obviamente o próprio homem, cuja felicidade depende da sua relação harmoniosa com os outros seres e com o universo. Se destacamos a defesa dos direitos dos animais, é por duas grandes razões:

1 - por um lado porque são considerados em Portugal meros objectos, em termos jurídicos, com tudo o que isso implica, o que é escandaloso, além de não terem a possibilidade de se defender dos sofrimentos e exploração desnecessários de que são vítimas por parte dos humanos;

2 - por outro, porque da defesa dos animais e da natureza depende hoje a sobrevivência e a qualidade de vida da própria humanidade, sendo também esta a causa que, pela sua natureza altruísta, mais implica uma mudança mental e ética do próprio homem, que trará grandes benefícios sociais, políticos e até económicos, permitindo criar imensos novos empregos destinados à protecção dos animais, como já acontece em muitos países europeus.


2. Já teve início a recolha de assinaturas para formalizar o PPA junto do Tribunal Constitucional? Quando pensam concluí-la? (se já houver percepção de uma data)


A recolha de assinaturas já começou e os interessados podem imprimir as folhas directamente no nosso site: www.partidopelosanimais.com

Esperamos concluí-la tão breve quanto possível.


3. Chegaram a pensar numa adesão ao Bloco de Esquerda ou ao Partido Ecologista ‘Os Verdes’, que defenderam recentemente na AR os direitos dos animais? Porque decidiram criar um partido autónomo?

Nunca chegámos a equacionar essa hipótese por nos parecer evidente que a defesa dos animais, bem como da natureza, do meio ambiente e de todas as formas de vida, é transversal a todas as orientações político-partidárias, não podendo ficar limitada a nenhuma delas. Por outro lado, a dimensão desta causa é suficientemente ampla para justificar a existência de um novo partido, a ela inteiramente consagrado. Reconhecemos todavia como positivo e desejável o trabalho que outros partidos façam neste mesmo sentido. Surgimos movidos por uma causa ética e altruísta e não pelo apetite do poder.


4. Que expectativas têm a nível eleitoral?

O nosso objectivo é obtermos representação no Parlamento, tão ampla quanto possível, e gerarmos um movimento de opinião que obrigue as demais forças políticas a uma actuação mais efectiva neste domínio.


5. As diferenças entre o sistema eleitoral de Portugal e o da Holanda (onde o Party for the Animals tem dois deputados no parlamento) vão ser um obstáculo à eleição de deputados do PPA. Estão conscientes disso? Como pensam contornar o problema?

Sabemos isso, mas confiamos na vocação do povo português para ser solidário e abraçar causas nobres. Fomos os primeiros a abolir a pena de morte e despertámos a comunidade internacional para o drama de Timor. Cabe-nos hoje ampliar o nosso universalismo para além dos limites da nossa espécie e sermos solidários com todas as formas de vida. Sabemos que seremos a voz de muitos e muitos portugueses que amam a natureza e os animais, aos quais se dedicam desinteressadamente, e que não se revêem numa política que esquece completamente os direitos dos seres vivos não humanos.

Por outro lado, um dos pontos do nosso programa visará a alteração da actual lei eleitoral, que sanciona erros e injustiças flagrantes, como permitir que numa determinada região seja eleito um candidato que nada tem a ver com ela ou que os votos em branco não tenham qualquer expressão, quando manifestam uma legítima opção do eleitorado que se deveria traduzir por cadeiras vazias na Assembleia da República.


6. A que eleições pensam candidatar-se? As legislativas ou autárquicas deste ano estão no vosso horizonte?

Tudo depende da rapidez com que recolhermos as assinaturas, mas todas as formas de eleição estão no nosso horizonte.


7. Já têm o incentivo da activista dos direitos dos animais Maneka Anand Gandhi, presidente da People for Animals Índia e que foi ministra em quatro governos. Qual a importância e o simbolismo deste apoio?

Os maiores! Trata-se “apenas” de uma das maiores representantes desta causa a nível mundial, membro da família do próprio Gandhi, que já aceitou vir a Portugal quando o Partido tiver formalizado a sua constituição. Ela incarna hoje o mesmo espírito de “ahimsa”, “não-violência”, do Mahatma Gandhi.


8. Onde se vai situar o PPA no espectro partidário tradicional (esquerda, centro, direita)?

Não nos parece que faça qualquer sentido aplicar essas etiquetas tradicionais, hoje bastante equívocas, a um Partido que pela sua natureza transcende essas classificações. Defendemos o bem-estar e a felicidade de todas as formas de vida, pois todas elas estão intimamente ligadas. Isso não é de esquerda, do centro ou da direita e vai para além do antropocentrismo e egoísmo predominantes nas tradicionais forças políticas.

O PPA é a manifestação em Portugal, na esfera da acção política concreta, de uma nova forma de consciência e de sensibilidade, que surge em todo o mundo, e que visa pôr em prática um novo paradigma mental, ético e civilizacional. Sob risco de uma degradação cada vez maior da vida sobre o planeta, incluindo a vida humana, o futuro exige a prática dos valores que defendemos.

FONTE:http://partidopelosanimais.blogspot.com/

quarta-feira, junho 03, 2009

domingo, maio 31, 2009

JUNHO

terça-feira, maio 26, 2009

Com touradas e cerveja se faz educação

Com milhares de pessoas em São Miguel: Concurso de vacas termina com tourada à corda

....
Apesar de não ter um artista cabeça de cartaz ausência justificada pela crise o VIII Concurso Micaelense da Raça Holstein Frísia atingiu uma elevada qualidade, com a presença de milhares de pessoas, muitos jovens e crianças das escolas e colégios privados.

O concurso terminou ontem à tarde com uma tourada à corda que levou a assistir, na frente principal das instalações da Associação Agrícola de São Miguel, alguns milhares de aficionados, a maioria esmagadora jovens.

Dos quatro touros que vieram da Terceira, um saiu manso, outro partiu o focinho contra um poste de electricidade e ficou a sangrar. De todos, o primeiro foi o que investiu mais e melhor, causando ferimentos a alguns jovens e não poupando mesmo o grupo da corda, constituído por experientes aficionados terceirenses.
As investidas do touro foram acompanhadas por momentos de tensão e aplauso dos que assistiram. Uma pequena multidão que, ora reagiu com entusiasmo, ora evidenciava medo perante a atitude do touro.
Apesar de procurar passar desapercebido, o secretário da Agricultura e Florestas, Noé Rodrigues, acabou por posar para a fotografia ao lado do presidente da Associação Agrícola de São Miguel, Jorge Rita e do grupo de aficionados da Terceira. Noé Rodrigues acabaria mesmo por se entusiasmar com as investidas do touro sobre os grupos de jovens que o incitavam. Joaquim Pires, director regional com responsabilidades na área agrícola e um dos principais promotores da tourada, acabaria por estar alguns minutos junto ao grupo da corda.
Dezenas de lavradores micaelenses assistiram à tourada e alguns mesmo correram à frente do touro (pernas para que te quero) quando o animal investia na sua direcção.

Depois de um churrasco oferecido a quem apareceu e com cerveja a correr oferecida a quem quisesse, alguns milhares de jovens viveram ontem à tarde a tourada à corda com coragem acrescida e muitos, certamente, não trabalharam ontem principalmente em Rabo de Peixe para viverem a festa dos touros.

Dois jovens acabariam por ser colhidos com violência pelo primeiro touro, ficando com nódoas negras e alguns ferimentos.

Em termos gerais, a tourada à corda foi um bom momento de convívio e alegria. O grupo da corda soube temperar bem a relação entre os jovens aficionados e o touro, e deste com as pessoas. Nos momentos de muda dos touros, o grupo de cantares Só forró animou a festa com a sátira social e política que teve a colaboração de centenas de micaelenses.

O equilíbrio conseguido fez com que, durante a tourada, se mantivesse a dignidade do touro e de quem era apanhado pelas suas investidas.

Duas ambulâncias estavam preparadas para qualquer ferimento mais graves causadas pelo touro, situação que não veio a ocorrer.

Ficou claro que se a tourada ocorresse no domingo, haveria mais aficionados.

Extracto de um texto de João Paz, publicado no Correio dos Açores, de 26 de Maio de 2009 (sublinhados da nossa responsabilidade)

Comentário- Esta é a prova provada que nesta terra não se respeitam tradições, desisveste-se na educação, incentiva-se o alcoolismo e a preguiça e dá-se a mão a uma industria não produtiva e falida (pois só sobrevive graças a apoios governamentais)que é a tauromaquia de uma minoria de terceirenses.

domingo, maio 24, 2009

TOURADAS- A CRISE ESTÁ AÍ

Por falta de apoios: Tourada dos Estudantes em risco de continuidade

(In “A União”, 22 de Maio de 2009, http://www.auniao.com/noticias/ver.php?id=16334)

A Comissão da Tourada dos Estudantes 2010 está preocupada com a falta de apoios para a levar a cabo esta tradição do Carnaval da Terceira que assinala em 2010 meio século de existência, estando ainda por pagar parte da tourada deste ano.

Segundo Luís Leandro, presidente da Comissão, a Tourada dos Estudantes custa entre seis a sete mil euros, despesa suportada pela bilheteira, apoios camarários e de particulares e iniciativas levadas a cabo pelos próprios estudantes para a angariação de verbas.

“Precisamos de apoios para esta tradição com quase 50 anos a que nunca deram valor”, lamenta, acrescentando que “ temos tido sempre problemas de espaço e queríamos ter um local nosso para preparar a Tourada, este ano, por exemplo, tivemos uma tenda onde chovia lá dentro”.

Para edição levada a cabo este Carnaval, a Câmara de Angra do Heroísmo deu um valor mais baixo que o habitual justificando que “não podia ser mais”, afirma Luís Leandro. A este facto juntou-se um dia com condições adversas que levou apenas cerca de mil pessoas à Praça de Touros da Ilha Terceira, e uma crise económica que não possibilitou grandes doações à comissão que se vê agora com “apenas 900 euros nas mãos e a praça e o ganadeiro por pagar, e falamos em 14 animais entre a Tenta, o treino e a própria corrida”.

Tourada sai sempre

Apesar das dificuldades, a Comissão garante que a Tourada dos Estudantes não corre o risco de desaparecer, “ a tradição é para manter, não podemos deixar morrer a irreverência”, afirma Luís Leandro.

O presidente da Comissão contesta igualmente quem afirma tratar-se de um “evento de bêbados”, desafiando essas pessoas “ a verem o trabalho que é feito ao longo de seis meses. Desde a recolha dos materiais até à construção das viaturas para a praça e para o desfile, há ali muito trabalho e acho que as pessoas ficavam com outra ideia do que é a Tourada dos Estudantes”.

A Comissão para 2010 é constituída por quatro elementos entre os 16 e os 22 anos, uma organização mais jovem que o que vem sendo norma nas ultimas edições, procurando “ que os estudantes voltem a participar mais na Tourada, não sejam sempre os mesmo a entrar no desfile, queremos cativar gente nova para se juntarem a esta tradição”, desafia Luís Leandro.

A tenda desaparecida

A tenda cedida pela Culturangra para servir de “oficina” para a Tourada deste ano, apesar dos reparos sobre a sua condição, era algo “ que gostaríamos que nos fosse cedida”, diz Luís Leandro, que chegou a enviar um oficio para a empresa municipal para que tal fosse possível.

A tenda foi posteriormente dada á Associação de Estudantes da Escola Jerónimo de Andrade, que está desligada da organização da Tourada e segundo os membros da Comissão, “ não sabem onde ela está, nós é que a fomos descobrir no Armazém das Sanjoaninas, e continuamos sem saber o que vão fazer com ela”.

NOTA- O responsável por colocar aqui este texto, nunca se manifestou contra qualquer tourada não picada na Terceira.

sábado, maio 16, 2009

O AZAR DAS VARAS

quarta-feira, maio 13, 2009

O Director Regional "Vendedor" de Touradas

Hoje ao ouvir o porta-voz da Torturia Tauromáquica Terceirense, Berto Messias, fiquei a saber que depois de amanhã, após a legalização da Sorte de Varas nos Açores, a ilha Terceira e os Açores vão ser alvo de uma enchente de turistas das centenas de países com tradições taurinas.

Assim sendo, não será mais necessário que o espanholista Joaquim Pires, também conhecido como Director Regional do Desenvolvimento das Touradas ande a tentar "vender" as mesmas na ilha de São Miguel, diga-se sem muito sucesso.

Com efeito, o seu sucesso terá sido, apenas, no concelho da Lagoa, onde a Câmara local ou uma empresa municipal promoveram algumas "bezerradas".

A propósito, para bem da transparência, seria de todo o interesse saber quem as pagou?

terça-feira, maio 12, 2009


Sorte (ou Azar) de Varas, Nunca!

sexta-feira, maio 01, 2009

1º de Maio

sábado, abril 25, 2009

25 de Abril



Apesar de Abril eles continuam a comer tudo!

quarta-feira, abril 08, 2009


Pelo Respeito para com os Animais


Defensores dos Direitos dos Animais criam novo Blogue: Açores Melhores sem Maltratos Animais que pode ser consultado aqui.

domingo, abril 05, 2009

Miguel Paulo Estevão de Vasconcelos

Um deputado eleito democráticamente pelo Corvo, por menos eleitores que os da minha rua, vai apresentar na ALR uma proposta para legalizar a tortura animal chamada sorte de varas.

Trata-se de um espanholista que foi acolhido nesta terra e que com o seu acto está pura e simplesmente a espezinhar os nossos costumes e tradições.

Mas, pena é que não é o único, já que são vários os miguéis de vasconcelos que estão aliados a uma minoria de pseudo-aficionados terceirenses no intuito de manchar o bom nome destas ilhas ditas afortunadas.

José Soares

sábado, março 21, 2009


Pedem-nos o voto, diremos não!

O capitalismo é um sistema sem lei, que alimenta e serve os interesses dos grandes grupos económicos e de todos os que lhe seguem o modelo. Um sistema norteado por valores cujos princípios básicos potenciam o crescimento da injustiça e desigualdade sociais, da alienação e expropriação dos direitos fundamentais dos indivíduos, da exclusão, da exploração desenfreada de pessoas, animais e natureza, do fomento de necessidades de consumo, hábitos e procedimentos desnecessários que causam ciclos de guerra, sofrimento e miséria. As democracias “representativas” inculcam massivamente no imaginário dos cidadãos que os resultados dos actos eleitorais significam procuração irrevogável para o Estado agir, em seu nome, de forma omnipotente e omnipresente.

A democracia resume-se assim a isso mesmo: de tanto em tanto tempo fazer variar nos assentos do Poder aqueles que apenas estão lá não para nos representar como proclamam, mas para fazer cumprir todas as políticas decididas algures nos centros financeiros internacionais. Desta forma, a vontade dos povos e dos indivíduos não tem qualquer poder decisório. No entanto, são chamados sazonalmente ao cumprimento do seu “dever”, a horas e nos lugares certos, sendo-lhes outorgado um falso carácter determinante, vendendo-se assim a ilusão de que mandar representa, apenas, obedecer ao sentimento maioritário.

Para a prossecução deste embuste arenga-se que as eleições projectam um sublime acto de escolha. Com maior ou menor propaganda e manipulação, com mais ou menos promessas demagógicas que não colhem apenas os incautos, o sistema capitalista desce à terra de quatro em quatro anos, submetendo-se estoicamente à prova das feiras, dos comícios em terras inóspitas, dos beijos e abraços à saída das missas. Tem o seu banho democrático, diz-se orgulhoso por isso e afirma-se posteriormente encartado para decidir o que quiser decidir. São, depois, as regras da democracia “representativa” a gerarem a rotatividade na protecção do aparelho de Estado e na defesa das políticas rigidamente definidas que, a nível super-estrutural, o capitalismo impõe para prosperar e garantir a sua ditadura. São as terapias impostas para que o pulmão não se debilite, seja qual for o corpo (partido ou agrupamento político) que lhe dá abrigo.

O sistema capitalista tem sabido lutar bem por este seu paradigma, exigindo a quem dele vive o respeito e aceitação do Estado como entidade reguladora das relações sociais. Os jogos de alianças, a necessidade de apresentar alternativas e soluções como sinal de afirmação construtiva fizeram encostar a "extrema-esquerda" e a "esquerda" à "direita" e parte da "direita" à "esquerda" e ao "centro", juntando-se todos no Parque das Nações a comerem um caldo de maioridade e sensatez. Por isso, nenhuma, mas mesmo nenhuma, força partidária equaciona, hoje, a legitimidade dos cidadãos se sentirem defraudados com o que fazem do seu voto. Outra coisa, aliás, não poderia acontecer: por muito que possa doer a muita gente boa que palmilha caminhos de insubmissão, certo é que a participação nos órgãos de poder institucional significa a aceitação cordata das suas regras de funcionamento e a reverencial simpatia pelo Estado e pelo sistema que o mantém. Há que assumir sem rodeios que nas sociedades modernas a exploração violenta, desumana, arcaica e irracional que o sistema capitalista exerce legalmente vem resultando da "carta branca" fornecida pelos plebiscitos eleitorais. Percebendo a importância que as eleições dão ao sistema capitalista, ao longo das últimas três décadas várias foram as mobilizações em torno da defesa política da abstenção. Não havendo campanhas públicas sistematizadas nem qualquer sector a emergir colectivamente, o poder foi-se aproveitando disso para atribuir os resultados incomodativos à "preguiça", ao "tempo de praia", à "chuva diluviana", à "abstenção técnica", à não "limpeza dos cadernos eleitorais", à "mobilidade dos cidadãos".

Como se "ir à praia" em dia de eleições não devesse ser enquadrado numa atitude política assumida, denunciadora da rejeição do circo da sociedade do espectáculo; como se o "direito ao não voto" fosse menos legítimo que o "direito ao voto". Reduzir a participação eleitoral aos que alimentam e se alimentam do sistema, transformá-los em criadores, actores e espectadores da sua própria encenação poderá ser uma interessante tarefa revolucionária geradora de ataques localizados aos órgãos vitais desta sociedade dominante. Nesta lógica de combate deverá ser claro que uma plataforma de entendimento e acção em defesa da abstenção, que se almeja poder funcionar sem qualquer mecanismo reprodutor dos poderes conhecidos, nunca deverá ser entendida como um fim em si mas antes como um meio para reforçar o ataque sistémico ao capitalismo. Ao longo da história a sociedade humana foi sendo encaminhada para sistemas de funcionamento autocrático e dirigista ao arrepio das normas de relação fraternas, solidárias e horizontais. A introdução das regras mercantilistas, do desempenho individual, da competição e do orgulho na propriedade privada adulteraram a lógica comunal, transformando o ser humano num produto que deve mais do que tem a haver! A desumanização das sociedades dos novos tempos transformou as pessoas em números prontos para o massacre.

Isto não é inevitável! Sabemos de múltiplas lutas de resistência que foram capazes de mostrar que outro mundo é sempre possível ainda que o devir nos tenha acrescentado frustrações. Todos esses processos históricos encontram-se catalogados nos protótipos da utopia, tendo, alguns deles, sido concretizados. Este parece ser o grande combate de quem enjeita o poder institucional e não quer agir sozinho. A luta pela felicidade e pelo mundo harmonioso também passa por aqui sem aqui se esgotar! Liberdade não é poder escolher os tiranos, mas sim não querer nenhum.

Todas as rebeliões começam por uma recusa. Para justificar a tirania, virão pedir-nos o nosso voto.

OLHOS NOS OLHOS, DIR-LHES-EMOS QUE NÃO!


Plataforma Abstencionista
Novembro 2008

quinta-feira, março 12, 2009

Contra as Corridas Picadas e os Touros de Morte

Caros amigos,

Por favor, enviem a mensagem sugerida abaixo – ou escrevam a sua própria mensagem, se preferirem – para as autoridades governamentais, legislativas e de turismo de Portugal e dos Açores, pedindo aos dirigentes destes organismos que mantenham as sortes de varas e as touradas de morte ilegais nos Açores. Os Açores e Portugal, como um todo, devem dar apenas passos no sentido de aumentar e modernizar a protecção dos animais, nomeadamente banindo as touradas, e não legalizar ainda mais actividades de violência contra animais.

Cumprimentos

Teófilo Braga

Por favor enviem as suas mensagens para: pm@pm.gov.pt; gmei@mei.gov.pt; seturismo@mei.gov.pt; info@turismodeportugal.pt; presidencia@azores.gov.pt; sre@azores.gov.pt; acoresturismo@mail.telepac.pt; geral@alra.pt; pres@alra.pt; gppsterceira@alra.pt; gppsgflores@alra.pt; gppspico@alra.pt; gppssjorge@alra.pt; gppsgraciosa@alra.pt; gppsfaial@alra.pt; gppssmiguel@alra.pt; gppssmaria@alra.pt; gppsdfaial@alra.pt; gppsdsmiguel@alra.pt; gppsdterceira@alra.pt; gppsdsmaria@alra.pt; gppsdgraciosa@alra.pt; gppsdsjorge@alra.pt; gppsdpico@alra.pt; gppsdgflores@alra.pt; gpcdsppfaial@alra.pt; gpcdsppsmiguel@alra.pt; gpcdsppterceira@alra.pt; gpcdsppsjorge@alra.pt; gpcdsppflores@alra.pt; gpbefaial@alra.pt; gpbesmiguel@alra.pt; gpbeterceira@alra.pt; rppcpfaial@alra.pt; rppcpsmiguel@alra.pt; rpppmfaial@alra.pt; rpppmcorvo@alra.pt; Com Conhecimento (Cc) a: campanhas@animal.org.pt; terralivreacores@gmail.com

Exm.º Senhor Primeiro Ministro
Exm.º Senhor Ministro da Economia
Exm.º Senhor Secretário de Estado do Turismo
Exm.º Senhor Presidente do Governo Regional dos Açores
Exm.º Senhor Secretário Regional da Economia dos Açores
Exm.º Senhor Presidente da Assembleia Legislativa da Região dos Açores
Exm.os Senhores Presidentes dos Grupos Parlamentares na Assembleia Legislativa da Região dos Açores
Exm.º Senhor Presidente do Instituto do Turismo de Portugal
Exm.º Senhor Director Regional de Turismo dos Açores

Excelências,

Soube que, depois da aprovação do novo Estatuto Político-Administrativo dos Açores, a Assembleia Legislativa Regional dos Açores poderá ter agora poder e liberdade constitucionais para legalizar as sortes de varas e as touradas de morte nesta região, onde há muito tempo alguns agentes tauromáquicos locais defendem que este passo seja dado – ainda que a maioria dos açorianos (e, obviamente, a maioria dos residentes no continente) não queira que tal aconteça.

É neste sentido que venho pedir a V. Ex.as que tomem todas as medidas necessárias e adequadas para que um tal retrocesso legislativo e político, moral e civilizacional não se registe.

Enquanto é certo que os Açores só poderão ganhar, em termos promocionais e turísticos, com qualquer medida que faça com que os animais sejam mais respeitados e melhor protegidos nesta região, não é menos verdade que, se uma tal medida, como esta que os defensores das touradas tanto advogam, fosse tomada, a região dos Açores ficaria com a sua imagem severamente manchada, tanto junto de turistas nacionais quanto de turistas estrangeiros, perdendo uma enorme quantidade de visitantes que deixaria de querer visitar uma região onde algo de tão cruel e obscuro viesse a ser permitido, quando actualmente é proibido.

Peço, pois, a V. Ex.as que não permitam que um tal retrocesso aconteça em circunstância alguma, antes tomando medidas no sentido de promover uma maior protecção dos animais na região dos Açores, ao invés de permitirem que haja uma ainda mais extrema forma de tortura destes.

Agradecendo antecipadamente a atenção de V. Ex.as e ficando na expectativa de uma resposta a esta mensagem, que espero que seja positiva,

Com os meus melhores cumprimentos,
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sexta-feira, março 06, 2009

Fajã do Calhau e não só: vamos desertar do medo



Num regime verdadeiramente democrático,que respeitasse as leis e as pessoas, os responsáveis por esta obra estavam na cadeia ou no mínimo eram demitidos dos cargos que ocupam.

Pena é que há muitos desertores da luta por uma Terra mais limpa, justa e pacífica.

Nota- Não sou contra estradas.

quinta-feira, março 05, 2009

Dia F, O meu contributo



Chegou hoje à minha caixa de correio o Jornal Açores, dirigido por José Soares e Sá Couto. Nele podemos ler uma pequena nota sobre a Fajã do Calhau,onde se dá como bom exemplo a estrada do Lombo Gordo.

Esquece-se o autor da nota de dizer que desde que a Praia do Lombo Gordo ficou sem areia, a estrada para ninguém serve e a famosa zona balnear foi à vida.

Durante vários anos visitámos o local e o que vimos foram as instalações balneares ao abandono.

Já agora a comparação deveria ser feita com a inexistente, mas prometida pelo Secretário Contente, estrada alternativa para a Ribeira Quente.

Todos os interessados em saberem mais sobre a obra de que se orgulha Álamo Meneses visitem este blogue: http://fiatluxcarpediem.blogspot.com/

sábado, fevereiro 28, 2009


Não à Sorte de Varas nem aos touros de morte nos Açores

Apelo a todos os cidadãos e cidadãs e a todas as organizações ambientalistas/ecologistas e de defesa dos animais

Depois de várias tentativas frustradas de introduzir na ilha Terceira corridas picadas e touros de morte, tem-se assistido nos últimos anos a uma imposição das touradas à corda em ilhas onde não há qualquer tradição, como Santa Maria ou São Miguel, com a conivência ou apoio governamental ou autárquico.

Numa altura que as vozes de sempre aproveitando a revisão constitucional de 2004 e o novo Estatuto Político dos Açores, se preparam para fazer aprovar, na Assembleia Legislativa Regional, legislação que legalize a sorte de varas e depois os touros de morte, um grupo de cidadãos e cidadãs decidiu começar a luta em defesa dos direitos dos animais de que as touradas são uma parte do problema.

Considerando que não é aceitável que nenhum animal seja torturado para entretenimento do ser humano. Considerando que todo o acto que implique a morte de um animal, sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida (Artigo 11º da Declaração Universal dos Direitos dos Animais). Considerando ainda que os direitos dos animais devem ser defendidos pela Lei, assim como o são os direitos do homem (Artigo 14º) e por acreditarmos que a evolução cultural irá sobrepor-se à tradição e à ignorância, vimos manifestar a nossa profunda discordância com a referida pretensão e apelar para que:

1- Não sejam promovidas nem apoiadas, com recurso a dinheiros públicos, touradas à corda, nas ilhas onde tal prática não é tradição;

2- Não venham a ser legalizadas as corridas picadas e os touros de morte, por serem alheias à nossa cultura, na Região Autónoma dos Açores.

3- Seja aprovada legislação regional de protecção dos animais que tenha em consideração o disposto na legislação europeia e na Declaração Universal dos Direitos dos Animais que foi proclamada em 15 de Outubro de 1978 e aprovada pela Unesco.

Primeiros Subscritores:

Aíridas Dapkevicius (investigador-bolseiro)
Almerinda Valente (professora)
Ana Carina Ávila da Silva (consultora comercial)
André Magalhães de Barros (recém-licenciado em direito)
Aníbal Pires (professor)
António Serpa (bancário)
Artur Gil (engenheiro)
Carla Silva (bióloga)
Catarina Furtado (professora)
Cláudia Tavares (professora)
Eduardo Santos (técnico de comunicações)
Eva Lima (Geóloga)
Gabriela Mota Vieira (enfermeira)
George Hayes (professor)
Helena Primo (professora)
Herondina Meneses (professora)
Hugo Evangelista (biólogo/investigador)
Humberta Maria Ferreira de Medeiros (funcionária publica)
Isabel Albergaria (professora)
João Pacheco (professor)
João Pinto (professor)
José Andrade Melo (professor)
José Guerra (professor)
José Luís Q. Mota Vieira (aduaneiro)
José Lopes Basílio (professor)
José Pedro Medeiros (bancário)
Leonor Galhardo (bióloga)
Lubélia Travassos (secretária)
Lúcia Ventura (professora)
Luís Noronha Botelho (professor)
Lurdes Valério e Cunha (professora)
Manuel Araújo (engenheiro)
Manuel Sá Couto (professor)
Maria José Vasconcelos (professora)
Maria Manuela Borges Gonçalves do Livro (professora)
Mário Furtado (professor)
Miguel Fontes (estudante)
Nélia Melo (professora)
Olinda Costa (professora)
Patrícia Costa (professora)
Paulo Borges (professor universitário)
Pedro Albergaria Leite Pacheco (professor)
Rita Melo (bióloga)
Ricardo Nuno Espínola de Ávila (educador de infância)
Rui Soares Alcântara (professor)
Sandra Câmara (bióloga)
Sérgio Diogo Caetano (geólogo)
Teófilo Braga (professor)
Vitor Medina (professor)
Zuraida Soares (professora)

Todas as pessoas singulares ou colectivas (formais ou informais) e blogues que queiram subscrever este apelo deverão enviar um mail para este blog(terralivreacores@gmail.com) manifestando a sua intensão e indicando o nome, profissão (ou instituição a que pertence)e local de residência (no caso dos cidadãos/cidadãs) nas associações e outros colectivos deverão indicar o nome e o local.

Agradece-se a divulgação desde Apelo.

Fonte:http://terralivreacores.blogspot.com/

sábado, fevereiro 14, 2009


Copyleft: É livre a reprodução para fins não comerciais

Fonte: http://passapalavra.info/

quinta-feira, fevereiro 12, 2009

"Está bem... façamos de conta

Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos." (Mário Crespo)

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Bolo facínora
(receita)


Num recipiente
apropriado
uma mão cheia
quanto se possa
de parvos
(ou feitos parvos
que tanto faz) (1).
Banho maria da ignorância
o tempo necessário.
Com uma pitada de astúcia,
uma boa dose de desvergonha.
E embuste quanto baste.
Vai às brasas lentas
do desemprego
no forno previamente aquecido
com lenha
dos mesmos paus
partidos.
Pode juntar-se
ou antes ou depois
umas gotas de cordial.
Serve-se quente ou frio
aos nacos ou fatias
para quem goste.

(1)À falta de parvos
ou feitos parvos
também serve
agredidos e intimidados;
neste caso ao invés de astúcia
recorra-se à violência
em conformidade com
o que a massa peça.


5 Fev 09


Pedro Pacheco

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Ensinamentos do Prof. Cavaco e de Dom Policarpo sobre divórcio e casamento


As crises económicas geram dois efeitos. Por um lado, aguçam a criatividade dos pobres e dos que trabalham para vencer as dificuldades; em contrapartida, espevitam os neurónios e soltam o verbo dos reaccionários mais convencidos e fossilizados. Neste último contexto, ouvimos recentemente o bem casado Cavaco opinar sobre divórcio e o celibatário Dom Policarpo a falar de casamento.

Cavaco e o divórcio

Cavaco, no seu linguajar rouco e titubeante que mais parece o de um tatebitate, voltou a verberar contra a lei do divórcio que, no entanto promulgou. E disse-o, calculista, perante uma audiência escolhida por nela, eventualmente preponderarem elementos próximos do pacóvio catolicismo luso.

Disse a veneranda figura do presidente da (cleptocrática) república que a recente lei do divórcio, com o seu presumido facilitismo, está a contribuir para o aumento da miséria, uma vez que fragiliza a situação económica dos divorciados. À falta de outros dados, referimos que no inventário dos superendividados da Deco só 15% corresponde a divorciados.

Não nos comove a preocupação do mago das finanças pelos pobres, porque nos lembramos da sua actuação como primeiro-ministro, quando desbaratou os fundos comunitários, favoreceu os ricos com as nacionalizações e como incentivou a escola dos novos-ricos que, agora, vão saltitando, diariamente nas páginas dos jornais clamando por uma honorabilidade em que só os tansos acreditam.

O brilhante economista dos mercados sabe que existe uma crise económica e que esta gera desemprego, precariedade (ele até conhece as estatísticas!) mas, talvez não saiba quantificar a instabilidade emocional, o desgaste psicológico dos milhões de portugueses que andam por aí, mesmo que empregados.

Como lhe ensinaram que o casamento é um sacramento, custa-lhe perceber que, como todos os contratos, possa ser tão duradouro quanto o queiram as partes; e talvez não compreenda que amar e deixar de amar são inerências da natureza humana. Nos manuais de economia não aprendeu que pode haver mais leviandade na concretização de um casamento ou união de facto, (que hoje se equiparam) do que no divórcio ou separação de um casal. Estas separações, por serem normalmente marcadas por pesados custos emocionais e materiais são objecto de uma ponderação muito maior que a união de duas pessoas sob um mesmo tecto.

Por detrás do seu sorriso de benevolente superioridade, acreditará Cavaco que uma família desconhece os impactos económicos decorrentes de um divórcio, no seu tipo de vida e bem-estar? Qualquer casal conhece esses impactos, independentemente da conjuntura económica; e conhece-os muito melhor que o professor Aníbal que é casado com a Dona Maria há décadas!

As pessoas quando decidem divorciar-se fazem aquilo que Cavaco bem conhece, uma análise custo-benefício, ainda que sem o recurso a modelos matemáticos ou programas informáticos. Entre esses custos está, sem dúvida, uma perda de bem-estar e nível de vida, a alteração de uma matriz de relações familiares e afectivas; e nos benefícios englobam-se (e não é pouco) a finalização de uma vida de desgaste psicológico ou violência, o poupar dos filhos a essa situação ou, o início de uma nova vida com outro(a) parceiro(a).

Dificultar legalmente o divórcio, como defende o ilustre catedrático na reforma, tem vários significados e consequências, que o magno lente, do alto da sua suprema magistratura não quer atender, condicionado pelo seu atávico conservadorismo:

• É uma ingerência do Estado na vida particular das pessoas, como se estas fossem incompetentes para gerir a sua própria vida, necessitando de minuciosas leis ou, de uma obrigatória tutela judicial ou burocrática;
• Representa uma dificuldade na reconstituição da vida afectiva de cada um;
• Pode representar o arrastar de situações de extremo mau-estar para as famílias onde tenderão a verificar-se frequentes discussões, agressões e crimes, muitas vezes com impactos irreparáveis nos filhos;
• Constituiria uma dificuldade acrescida às triviais situações de baixos salários, precariedade de emprego ou ausência do mesmo, quer do ponto de vista emocional, quer do ponto de vista material pois a burocracia e os advogados não são gratuitos.

E se as pessoas se separarem, de facto, sem a formalização de um divórcio a situação não ficará obrigatoriamente mais facilitada. Mesmo uma acção subsequente do divórcio, como a partilha de bens, pode arrastar-se indefinidamente nas mãos de um tribunal sonolento ou de juizes insensíveis, para além de que em nada a lei garante uma igualdade de direitos aos divorciados, permitindo, objectivamente, uma posição dominante a um deles, mormente a quem detiver maior poder económico ou tiver ficado a viver na habitação do casal. Aí, sim, Cavaco poderia pressionar os legisladores.

Aliás, o fecundo pensamento cavaquiano não terá alcançado que uma complicação na potencial obtenção de divórcio constituirá um incentivo para as uniões de facto, cuja figura não colherá, decerto, o agrado do PR e do estagnado pensamento emanado da multinacional vaticana.


Ainda dentro da lógica cavaquiana, se o divórcio deve ser combatido para obviar a situações de miséria, a actuação pro-activa consistirá em fomentar os casamentos. No âmbito dessa vulgata economicista o casamento seria uma forma de, através da união de rendimentos e bens, serem aproveitadas as sinergias e ser aumentada a produtividade de casas, fogões e camas, com o aumento dos seus utilizadores. Melhor ainda até seria estimular casamentos colectivos, adoptar a poligamia ou a poliandria para que a produtividade dos equipamentos habitacionais explodisse e colocasse Portugal em lugares de vanguarda nas estatísticas do Eurostat!

Como Cavaco se escusa a falar sobre o caso Freeport porque é um “assunto de Estado” (que será essa coisa, para além de uma defesa para os negócios dos poderosos?) melhor seria entreter-se com esses assuntos e deixar a vida das pessoas reais em paz, sem emitir opiniões que ninguém lhe encomendou.

Dom Policarpo e o casamento
A Dom Policarpo, alto quadro do “offshore” Vaticano, aconteceu-lhe num jantar de tertulianos o mesmo que ao Mário Lino no almoço da Ordem dos Economistas: um acesso de incontinência verbal.

O prelado virou-se “prolado” para que estava virado e lá disse o politicamente incorrecto, mais ou menos nestes termos: “Meninas, quando pensarem em casar com um muçulmano pensem bem no que vão fazer pois podem arranjar sarilhos que nem Allah as salva”. A coisa parece descabida pois o número de muçulmanos em Portugal não é grande (30/35000, 0,3% da população) e depois, porque o cardeal teria em mente situações reais mas, muito pontuais.

Todos sabemos que nas sociedades maioritariamente muçulmanas (e não é preciso que vigore a “sharia”) a situação das mulheres não lhes é nada favorável e é equivalente aquela que as mulheres europeias viveram durante muitos séculos sob o patrocínio da Igreja Católica e da sua concorrência de raiz cristã. E para que a situação mude, as mulheres muçulmanas precisam de um desenvolvimento económico que lhes abra as portas ao trabalho fora de casa e de um menor apoio ocidental aos regimes autoritários que as regem.

Só que Dom Policarpo não tem autoridade moral para falar dos direitos das mulheres. As liberdades individuais que as mulheres europeias, por exemplo, hoje detêm, foram objecto de uma luta secular que se acelerou depois da Segunda Guerra, com o emprego generalizado fora de casa, a pílula e o acesso à educação. E nessa luta, a Igreja Católica, em geral e a portuguesa em particular, só estiveram presentes do outro lado da barricada, contra todas as manifestações de emancipação das mulheres. E ainda hoje, a Igraja Católica não aceita o divórcio (que existe legalmente nos países islâmicos), a contracepção, a IVG, as relações pré-matrimoniais, a masturbação, o sacerdócio das mulheres…

Aliás, o Cristianismo na sua base mais profunda que é a Bíblia considera a mulher como uma emanação de uma costela do homem, frisando assim o seu papel subalterno e, (apetece parodiar) fruto da benevolência divina perante um reivindicativo Adão, cansado de perseguir as peludas macacas… Se Dom Policarpo tivesse vivido antes do século XVIII defenderia afincadamente que a mulher não tinha alma (o que quer que isso seja, para homens ou mulheres) e enviaria para a fogueira quem o contrariasse.

Recordemo-nos que em Pequim, na Conferência Mundial sobre a Mulher (1995) se assistiu a uma clara convergência do Vaticano com os ayatollas, contra os direitos das mulheres. Até por isso, Dom Policarpo mais valia ter ficado calado quanto a opiniões sobre os islâmicos, sobretudo quando o Vaticano sempre ambicionou ser reconhecido como o grande líder nas conferências ecuménicas.

Bem, voltando atrás, o papel das mulheres nas sociedades islâmicas não é invejável. E na maioria dos outros países? Na África não islâmica as mulheres são também objecto de um machismo exacerbado, como na América Latina, na Índia, na Ásia oriental. O problema é que Dom Policarpo se inscreve na histeria anti-islâmica alimentada pela administração Bush e na senda estratégica definida por Huntington.

Que um casamento é acto que merece ponderação, qualquer que seja a convicção religiosa dos pretendentes a esse acto, toda a gente sabe. Até a ancestral sabedoria popular sintetizou esse concelho de prudência com um “antes que cases, vê o que fazes”. Dispensam-se, pois os conselhos de Dom Policarpo e da instituição em que se enquadra.

Fonte: WWW.ESQUERDA_DESALINHADA.BLOGS.SAPO.PT

terça-feira, fevereiro 03, 2009

O Buraco Perfeito
Ignace Ramonet, diretor do Lê Monde Diplomatique e um dos agudos analistas da situação mundial, chamou a atual crise econômico-financeira de “a crise perfeita”. Putin, em Davos, a chamou de “a tempestade pefeita’. Eu, de minha parte, a chamaria de “o buraco perfeito”. O grupo que compõe a Iniciativa Carta da Terra (M. Gorbachev, S. Rockfeller, M.Strong e eu mesmo, entre outros) há anos advertia: “não podemos continuar pelo caminho já andado, por mais plano que se apresente, pois lá na frente ele encontra um buraco abissal”. Como um ritornello o repetia também o Fórum Social Mundial, desde a sua primeira edição em Porto Alegre em 2001. Pois chegou o momento em que o buraco apareceu. Lá para dentro caíram grandes bancos, tradicionais fábricas, imensas corporações transnacionais e US$50 trilhões de fortunas pessoais se uniram ao pó do fundo do buraco. Stephen Roach, do banco Morgan Stanley, também afetado, confessou: “Errou Wall Street. Erraram os reguladores. Erraram as Agências de Avaliação de risco. Erramos todos nós”. Mas não teve a humildade de reconhecer:” Acertou o Fórum Social Mundial. Acertaram os ambientalistas. Acertaram grandes nomes do pensamento ecológico como J. Lovelock, E. Wilson e E. Morin”.

Em outras palavras, os que se imaginavam senhores do mundo a ponto de alguns deles decretarem o fim da história, que sustentavam a impossibilidade de qualquer alternativa e que em seus concílios ecumênicos-econômicos promulgaram dogmas da perfeita autoregulação dos mercados e da única via, aquela do capitalismo globalizado, agora perderam todo o seu latim. Andam confusos e perplexos como um bêbado em beco escuro. O Fórum Social Mundial, sem orgulho, mas sinceramente pode dizer: “nosso diagnóstico estava correto. Não temos a alternativa ainda mas uma certeza se impõe: este tipo de mundo não tem mais condiçãoes de continuar e de projetar um futuro de inclusão e de esperança para a humanidade e para toda a comunidade de vida”. Se prosseguir, ele pode pôr fim a vida humana e ferir gravemente a Pacha Mama, a Mãe Terra.

Seus ideólogos talvez não creiam mais em dogmas e se contentem ainda com o catecismo neoliberal. Mas procuram um bode expiatório. Dizem: “Não é o capitalismo em si que está em crise. É o capitalismo de viés norteamericano que gasta um dinheiro que não tem em coisas que o povo não precisa”. Um de seus sacerdotes, Ken Rosen, da Universidade de Berkeley, pelo menos, reconheceu:”O modelo dos Estados Unidos está errado. Se o mundo todo utilizasse o mesmo modelo, nós não existiríamos mais”.

Há aqui palmar engano. A razão da crise não está apenas no capitalismo norte-americano como se outro capitalismo fosse o correto e humano. A razão está na lógica mesma do capitalismo. Já foi reconhecido por políticos como J. Chirac e por uma gama consideravel de cientistas que se os paises opulentos, situados no Norte, quisessem generalizar seu bem estar para toda a humanidade, precisaríamos pelo menos de três Terras iguais a atual. O capitalismo em sua natureza é voraz, acumulador, depredador da natureza, criador de desigualdades e sem sentido de solidariedade para com as gerações atuais e muito menos para com as futuras. Não se tira a ferocidade do lobo fazendo-lhe alguns afagos ou limando-lhes os dentes. Ele é feroz por natureza. Assim o capitalismo, pouco importa o lugar de sua realização, se nos EUA, na Europa, no Japão ou mesmo no Brasil, coisifica todas as coisas, a Terra, a natureza, os seres vivos e também os humanos. Tudo está no mercado e de tudo se pode fazer negócio. Esse modo de habitar o mundo regido apenas pela razão utilitarista e egocêntrica cavou o buraco perfeito. E nele caiu.

A questão não é econômica. É moral e espiritual. Só sairemos a partir de uma outra relação para com a natureza, sentindo-nos parte dela e vivendo a inteligência do coração que nos faz amar e respeitar a vida e a cada ser. Caso contrário continuaremos no buraco a que o capitalismo nos jogou.

Leonardo Boff
Teólogo

domingo, janeiro 18, 2009