quinta-feira, outubro 30, 2008


LIGA DE AMIGOS DA LAGOA DO FOGO

A Reserva Natural da Lagoa do Fogo, localizada na Ilha de São Miguel, foi instituída em 1974. Ao longo dos últimos 15 anos a paisagem observada no miradouro de acesso à Lagoa tem-se alterado. De facto, embora seja actualmente classificada como Sítio de Importância Comunitária, a Reserva Natural já não corresponde à visão idílica do passado.
A quantidade e variedade de plantas invasoras têm aumentado de modo contínuo. Numa breve descida à lagoa é possível encontrar uma espécie de margarida (Erigeron karwinskianus), dezenas de criptomérias (Cryptomeria japonica), dispersas e de variados tamanhos, formações de conteira (Hedychium gardneranum) com diferentes dimensões, um elevado número de fetos arbóreos (Sphaeropteris cooperi), várias árvores jovens de verdenaz (Clethra arborea), que já não é uma invasora apenas localizada na zona leste da ilha, acácia (Acacia melanoxylon), um arbusto semelhante aos brincos-de-princeza (Leycesteria formosa), com as suas bagas vermelhas com numerosas sementes, disponíveis para as aves transportarem, e até o incenso (Pittosporum undulatum). Existem também várias espécies nitidamente introduzidas acidentalmente pelos visitantes, nomeadamente nespereira, araçazeiro e macieira. Para além disso, existe também uma espécie invasora aquática (Egeria densa) muito conhecida na Lagoa das Sete Cidades. Existem ainda plantas ruderais, comuns em zonas sob forte influência humana, como a avoadeira (Conyza bonariensis) e a erva mole (Holcus lanatus), a invadir vários habitats, incluindo zonas húmidas.
Nestas condições, a Lagoa do Fogo está a tornar-se, gradualmente, numa reserva de espécies invasoras. É necessário travar este processo de um modo célere e sem hesitações. Todos temos obrigação de participar, e ninguém deve esperar que os outros resolvam este problema, em especial as comunidades mais próximas. Surgiu, assim, a ideia de organizar um movimento cívico, com o único e, a nosso ver, importante objectivo de travar este processo degenerativo.
Este movimento iniciará as suas actividades com a realização de uma acção simbólica, no próximo mês de Novembro.

Ponta Delgada, 29 de Outubro de 2008,

Luís Silva
Diogo Caetano
José Pedro Medeiros
Luís Noronha Botelho
Maria Manuela Livro
Lúcia Ventura
Eva Lima
Teófilo Braga

quarta-feira, outubro 22, 2008

AS ELEIÇÕES NOS AÇORES

Saudações

Saudamos aqui o povo açoriano pela forma clara como manifestou o seu desprezo pelo mandarinato e o seu descontentamento para com a actuação do PS local, no poder. Desejamos também expressar o nosso desejo que os açorianos saibam encontrar formas mais permanentes, radicais e organizadas de manifestar aqueles sentimentos e encontrem uma alternativa popular ao actual estado de coisas.

As principais formas de expressão do povo dos Açores

Quando os não votantes representam 53,24% dos eleitores está dado o principal sinal da real representatividade dos eleitos; e, aqueles, ainda se devem somar 1,72% de votos brancos e nulos. A abstenção cresceu mais de 22% (18,6 mil pessoas) e representa perto de 103 mil cidadãos num universo de 193 mil.

Em regra, a imprensa e os analistas não gastam muito tempo a referir o significado da abstenção e menos ainda valorizam ou dignificam os eleitores que não votaram nas agremiações partidárias concorrentes. Esses eleitores são desprezados e de facto, desapossados de uma representação que explicitamente, não querem confiar a quem se apresentou como alternativa. O mandarinato, por seu turno, não queima neurónios para conseguir fórmulas legais para que a massa dos abstencionistas se manifeste eleitoralmente, tornando-se mais atractivo. Pelo contrário, vão tecendo acordos para limitar ainda mais essa representação às principais agremiações mandarínicas que, a serem levadas a cabo, conduzirão a que mais gente considere eleições em democracia de mercado como um embuste.

Voltando aos Açores, não são as pessoas que vivem nas ilhas mais pequenas, em meios mais isolados, que mais se abstêm. Pelo contrário, como se pode observar no quadro seguinte, são as ilhas com maior população urbana as responsáveis por esse facto:

Abstenção 2008 Variação 2008/2004
nº % de eleitores nº %
Açores - Total 102.735 53,24 18.628 22,15
S. Miguel 58.853 56,84 11.767 24,99
Terceira 24.255 52,93 4.007 19,79
Pico 5.445 46,40 962 21,46
Faial 5.880 50,12 1.217 26,10
Outras ilhas 8.302 41,25 675 8,85

O significado profundo deste volume brutal de abstenção é a descrença nas alternativas presentes no "mercado eleitoral" que não entusiasmam particularmente os açorianos. Mesmo a entrada de novos eleitores, jovens, não parece trazer consigo uma renovada esperança no sistema político.

Num segundo plano há a registar a subida da esquerda institucional, representativa daqueles que, querendo manifestar o seu protesto, acreditam na regeneração do sistema mandarínico, com a existência de um Estado dirigido por gente "séria" capaz de dotar o capitalismo de uma face humana, de gerar uma social-democracia dentro do paradigma dominante de Estado mínimo. Esses cidadãos representavam em 2004 3,78% dos votantes e agora são 6,44% desse total, sendo essa evolução inteiramente da responsabilidade do BE pois o PC perdeu uma centena de votos, mesmo tendo reconquistado o mandato perdido há quatro anos.

Contudo, esse resultado da esquerda institucional deve ser visto com frieza e não gerar triunfalismos. Vejam-se os resultados do binómio PC/BE nas últimas quatro eleições regionais:

Nº de votos da esquerda institucional
1996 2000 2.004 2008
4952 6191 3.987 5807

Esperamos que muitos destes açorianos se apercebam das limitações da luta eleitoral, dos resultados conseguidos nas eleições e, sobretudo sintam que a luta anti-capitalista é diária e de cada um, não de um escasso número de eleitos.

Um olhar sobre o entulho

A direita, no seu conjunto perdeu mais de 18 mil votos embora só tenha perdido cerca de 4% da sua representatividade entre os votantes.

À direita, o PS que apoia o governo "cesariano" perdeu um mandato e 15 mil votos expressos, mantendo-se hegemónico porquanto a direita tradicional (PPD e CDS) também perdeu votos (3700), em nada beneficiando do desgaste do PS, no governo durante os últimos quatro anos.

Sublinha-se aqui que, neste simulacro de democracia, um grupo de mandarins, chamado PS-Açores, arroga-se ao direito de governar a região, afirmando-se com uma maioria absoluta, não tendo mais do que o apoio de 23,4% dos eleitores açorianos. É espantoso como se pode dizer isso sem sofrer o epíteto de aldrabão ou ouvir um coro de gargalhadas. Mesmo assim, têm uma representatividade superior ao Costa, da Câmara de Lisboa votado por 11% dos lisboetas, no ano passado.

Estas alterações, quer na sua globalidade quer na sua composição nada trazem de virtuoso aos açorianos, muito menos no quadro de dificuldades a que se assiste, com a crise financeira global, o aumento dos preços dos bens alimentares, dos juros e dos combustíveis, como base em que assenta a recessão portuguesa e a redistribuição da riqueza a favor dos ricos, através da lei laboral e da paranóia do deficit.

O caminho que se segue

A multidão nos Açores não pode subordinar as manifestações de repúdio pelo sistema cleptocrático vigente aos calendários das festividades eleitoraleiras.

Assim, no nosso ponto de vista, é necessário, nos Açores, (como aliás, no Continente e em toda a parte) acentuar:

• As iniciativas de manifestação de discordância e protesto face às atitudes nocivas dos governos regional e central;
• Acentuar a efectiva falta de representatividade do poder e a sua consequente ilegitimidade como mero governo dos capitalistas e dos mandarins, contra a multidão de trabalhadores;
• Fomentar acções de desobediência e desafio da autoridade do governo "cesariano";
• Desdobramento das iniciativas anti-governo nas áreas económica, laboral, social e ambiental;
• Acentuação do carácter autónomo e popular dessas lutas, fora do controlo dos partidos ou do Estado;
• Organização cuidada das acções anti-poder e coordenação entre os vários núcleos e colectivos em luta;
• Troca de experiências e coordenação com outras lutas de trabalhadores.

WWW.ESQUERDA_DESALINHADA.BLOGS.SAPO.PT

domingo, outubro 12, 2008

A Ignorância e a Ofensa de Artur Lima

Através de pequena notícia publicada no Açoriano Oriental, Artur Lima, Líder regional do CDS PP afirmou que José Sócrates era como os cagarros escondia-se de dia e só aparecia à noite.

Em primeiro lugar trata-se de pura ignorância: os cagarros durante o dia estão a "trabalhar" para poderem viver.

Em segundo lugar a comparação com o político em causa é uma ofensa aos cagarros.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Faleceu Veríssimo Borges



Hoje, faleceu Veríssimo Borges, membro dos Amigos dos Açores e Presidente do Núcleo de São Miguel da Quercus.

terça-feira, outubro 07, 2008

O Bode Vota em Carlos César da Silva.



Extraído de http://carloscesarsilva.blogspot.com/

segunda-feira, outubro 06, 2008

Dinheiro, só para as touradas?

Recado à Câmara Municipal da Lagoa



Protesto Radiativo










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domingo, outubro 05, 2008

Vote em Carlos César da Silva



Para saber mais sobre o candidato e suas propostas, veja aqui.

sexta-feira, outubro 03, 2008

19 de Outubro de 2008

Passeie, faça um piquenique, descance, mas não saia de casa para votar.